top of page

4 POWER SKILLS DO FUTURO (E DO PRESENTE!)

  • Foto do escritor: Rochelle Jelinek
    Rochelle Jelinek
  • 28 de mar. de 2021
  • 6 min de leitura

Quais as habilidades e capacidades necessárias para lidar com as mudanças no futuro próximo?

Vamos imaginar dois possíveis cenários num futuro próximo. O primeiro é mais otimista, e apresenta um novo olhar sobre a relação humano-tecnologia, criando uma realidade de trocas.

Em outro, os sistemas educacionais não conseguiram acompanhar as mudanças tecnológicas e culturais, e falharam em desenvolver capacidades e talentos, deixando muitas pessoas sem condições de conseguir um emprego ou criar um trabalho autônomo significativo. (Qualquer semelhança com a atual realidade é mera coincidência!)

Na verdade, esses cenários não se excluem. Diferentes cenários podem ocorrer simultaneamente em diferentes países e regiões, indústrias, grupos etários ou grupos socioeconômicos. Em cenários com um rápido avanço tecnológico, pode haver uma pressão mais forte por novas habilidades e maior incentivo para o aprendizado. Ou o avanço tecnológico pode afetar padrões de mobilidade de profissionais, incentivando por exemplo, o trabalho remoto e, ao mesmo tempo, atraindo trabalhadores de diversas regiões geográficas.


Podemos vir a ter um cenário com humanos combinando inteligência e habilidades com capacidades das novas tecnologias, criando assim uma nova perspectiva de parceria entre pessoas/máquinas. Neste cenário, empresas e instituições adotam a automação, a robótica e a inteligência artificial para substituir tarefas repetitivas, braçais, operacionais, burocráticas e não cognitivas, reduzindo drasticamente o custo delas, e buscam melhorar (em vez de substituir) condições e oportunidades de trabalho, melhorar a produtividade, e criar valor para os clientes de produtos e serviços. Nesta visão, a força de trabalho integra-se à tecnologia sem ser substituída. Os profissionais evoluiriam para a modificação de processos, para a releitura do trabalho em torno da resolução de problemas, ao mesmo tempo desenvolvendo novas habilidades.

Se tivéssemos que escolher uma única habilidade para lidar com esse cenário, qual seria ela? Habilidade tecnológica ou pensamento computacional? Lifelong learning (aprendizado contínuo)? Pensamento criativo e inovativo?

O foco excessivo em habilidades tecnológicas poderia levar a um mundo menos humanizado, focado apenas em produtividade e desempenho? Ou daria mais tempo e espaço para as pessoas desenvolverem habilidades inerentemente humanas?

Um pior cenário no futuro próximo seria em que grande parte da força de trabalho seria substituída por máquinas ficando sem função. Nesse cenário, escolas e universidades não conseguem acompanhar as mudanças, deixando muitos sem capacidade de conseguir um emprego ou criar um trabalho autônomo.

Assim como no cenário anterior, aqui também há demanda por profissionais para que trabalhem em cooperação com as máquinas, ao mesmo tempo que se especializem em novas funções. Mas, para a maior parte da força de trabalho, o ritmo de aprendizado evoluiria muito pouco – o que significa que muitos não conseguiriam trabalhar em parceria com as novas tecnologias e nem acompanhar as mudanças.

Nesse cenário, os profissionais com habilidades consideradas obsoletas poderiam enfrentar escassez de oportunidades. A falta de capacitação para novas funções e profissões levaria à crescente pressão para automatização ainda maior.

Isso levaria a profundas e crescentes desigualdades, valores polarizados com pontos de vistas divergentes na sociedade sobre o avanço tecnológico. Haveria ainda uma expansão de novos mercados de trabalho e ao mesmo tempo uma diminuição do intercâmbio de novas ideias pela já mencionada falta de capacitação.

Diante desse cenário, qual seria a habilidade chave para as pessoas que não conseguiram acompanhar os avanços tecnológicos? Será que habilidades inerentemente humanas dariam alguma vantagem sobre as máquinas e seu domínio no mercado de trabalho?

Se por um lado a humanidade teve avanços sem precedentes no último século, por outro temos a percepção de que vivemos uma crise atrás da outra e que as coisas acontecem numa velocidade cada vez mais rápida. Poucos de nós fomos preparados para isso, seja pela influência da nossa cultura, família ou sistema de ensino. Aprendemos a decorar fórmulas, artigos de lei, conceitos, mas não fomos treinados em habilidades de lidar com pessoas, com imprevistos, com crises, com mudanças, com insegurança.

E que habilidades precisamos para lidar com isso?

Se você pesquisar por “skills” ou “habilidades do futuro”, vai perceber que costumam ser divididas em hard skills (habilidades técnicas tangíveis, comprovadas por diplomas e certificados, como graduação, proficiência em língua estrangeira, programação) e soft skills[1] (habilidades cognitivas, comportamentais e emocionais no contexto das relações interpessoais). Mais recentemente surgiu o conceito de core skills, habilidades que dizem respeito a essência, também conectadas a elementos cognitivos e de atitude, porém intrapessoais. Podem parecer traços de personalidade, mas assim como as soft skills, são habilidades que podem ser treinadas e desenvolvidas: autenticidade, confiança, curiosidade, criatividade, empatia, coragem, resiliência.


Seja qual for o cenário do futuro próximo, quatro habilidades inerentemente humanas já estão sendo consideradas por vários segmentos como “superpotências” para esses tempos incertos, ambíguos e complexos: curiosidade, criatividade, empatia e coragem, porque serão fundamentais para os profissionais e para o ambiente de negócios do futuro.

Esse conjunto de habilidades facilita a identificação de oportunidades ainda não claras e a lidar com problemas inesperados ou fora do padrão, e ainda, amplificam outras habilidades como pensamento crítico, pensamento analítico, senso de realização, flexibilidade cognitiva e resolução de problemas. Também oferecem novos caminhos para que as pessoas se requalifiquem e se reinventem; quando incentivadas a encontrar novas soluções ou abordagens ou a enxergar contextos de maneiras diferentes, o trabalho se torna mais desafiador, envolvente e repleto de oportunidades de aprendizado.

Hoje, não temos mais a garantia de que as habilidades com as quais ingressamos na vida profissional - eu, por exemplo, ingressei na carreira com a habilidade de datilogafia! - continuarão sendo relevantes nos próximos anos, e muito menos ao longo da carreira.

Em um mundo que se precisa cada vez mais de novas habilidades, precisamos ter flexibilidade de aprender e reaprender.

A curiosidade é a percepção de que existem informações e perspectivas além daquilo que é percebido ou visível. Uma pessoa curiosa faz perguntas para trazer à tona problemas mal compreendidos e oportunidades escondidas; fazer perguntas amplia horizontes e revela “pontos cegos” dos quais podem surgir oportunidades ou inovações.

A criatividade visa a uma solução, buscando encontrar novas combinações de ideias, ferramentas ou recursos para lidar com uma questão, um problema ou uma oportunidade. No previsível mundo dos mercados de massa e eficiência, muitos acreditam que esse é o caminho. A velocidade das mudanças e a demanda dos clientes por soluções mais personalizadas têm levado empresas e instituições a desenvolver novas maneiras de abordar necessidades e problemas.

Empatia é o reconhecimento inerente de que outras pessoas – colegas de trabalho, chefes, clientes, parceiros – têm necessidades, aspirações e preferências distintas, de acordo com contextos individuais, os quais evoluem ao longo do tempo com base em experiências e personalidades. Pessoas empáticas buscam entender necessidades de outras, antecipar-se e isso pode revelar oportunidades que sequer alguém tinha imaginado.

A coragem é orientada para a ação e para levar a melhores resultados, mesmo que isso incorra em risco pessoal. Quando a coragem é direcionada para alcançar algo, e não apenas para superar o medo, ela se fortalece. Em um mundo cheio de incertezas, as pessoas podem sentir medo real sobre o seu trabalho, seu desempenho, seu próprio potencial, e se irão manter-se relevantes. Coragem para agir é reconhecer o que você não sabe, pedir ajuda e agir a despeito dos riscos.


Cultivar essas habilidades pode ser muito mais do que uma resposta à crise que estamos vivendo. À medida que o mundo continua a se tornar mais complexo, as crises serão críticas e cíclicas.

No entanto, poucas pessoas investem recursos e tempo nisso – algumas tendem a focar apenas em hard skills, que são mais mensuráveis, justamente porque capacidades humanas (e os benefícios delas) não parecem tangíveis.

O contato com diferentes pessoas alimenta a criatividade e a empatia. O acesso à informação alimenta a curiosidade. O acesso a ferramentas alimenta o desejo de experimentar e a imaginação. É preciso apoiar a exploração e a experimentação no trabalho diário, como também estimular conversas, conexões e a formação de grupos para resolver problemas.

Em qualquer profissão ou área de atuação é importante considerar caminhos que o mercado de trabalho global poderá tomar, e considerar mais atentamente as dinâmicas complexas que afetam a força de trabalho.

Em tempos de incerteza, temos que avaliar riscos e oportunidades em relação a diferentes e possíveis cenários, buscando aprimorar habilidades que nos possibilitem enfrentar negociações, mudanças, crises. É aí que entram as power skills.



Quer desenvolver suas soft skills? Vou deixar aqui o link se quiser fazer parte da 2ª turma da mentoria em soft skills: https://www.negociacaojuridica.com/softskills

 
 
 

1件のコメント


anderandersonoliveiradto
2022年2月24日

Excelente

いいね!
bottom of page