COMO ANTECIPAR TENDÊNCIAS DE FUTURO E TORNAR-SE RELEVANTE
- Rochelle Jelinek
- 6 de jun. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 13 de set. de 2021

Um profissional cool hunter é o que está sempre atento ao que acontece de “cool” no seu entorno e no mundo: o que é legal, o que é moderno, o que é tendência. Ele encontra sinais que apontam para mudanças na sociedade e estabelece padrões entre eles. Com essas pistas, é capaz de inovar e se tornar relevante no mercado.
As primeiras menções ao coolhunting foram feitas na década de 1990. O artigo do jornalista Malcolm Gladwell para a revista New Yorker com o título “The Coolhunt” é considerado um dos marcos dessa nova atividade, e que depois levou-o a escrever o livro “O ponto da Virada”.
Para entender melhor, precisamos começar do básico, esclarecendo o conceito de “cool”. Segundo o pesquisador holandês Carl Rohde, da Universidade Fontys, uma referência no tema, “cool é tudo aquilo que é moderno, atraente, inspirador, com potencial de crescimento futuro”.
Coolhunting, então, é a prática de ir atrás de sinais “cool”. Isso pode ser feito tanto ao caminhar pelas cidades, leituras diversas, contatos com diferentes pessoas, quanto em pesquisas com um olhar atento pela internet, sobre as mais diferentes áreas.
Essa “caça” aos sinais cool serve para identificar mudanças no comportamento das pessoas, na sociedade e no mundo. Por isso, ela está muito relacionada ao estudo, à pesquisa e ao pensamento crítico.
O cool hunter identifica essas transformações ainda nos primeiros sinais e interpreta para em cima delas poder criar algo novo e se tornar relevante.
Ou seja, além de conseguir enxergar o que é cool, ele precisa entender bem o que está por trás disso e estabelecer relações com outros sinais — que, muitas vezes, estão tão distantes em diferentes áreas como a gastronomia, o esporte e a arquitetura. O cool hunter consegue ver padrões e com essas análises e interpretações, consegue orientar sobre tendências e promover inovações para estar sempre na vanguarda do mercado.
Quando surgiu essa expressão, no começo dos anos 2000, a prática de cool hunting estava muito associada à moda. De câmera fotográfica nas mãos e olhares atentos, os caçadores de tendências saíam às ruas em busca de novos estilos e apropriações de objetos da moda.
O problema foi que, nessa época, aconteceu uma banalização da prática do coolhunting. Muitas pessoas se intitulavam cool hunters, mas não eram capazes de fazer as associações entre os sinais e fornecer insights interessantes, mas apenas de criar modismos ou copiar o que já estava sendo usado.
Mais recentemente, novos teóricos e pensadores retomaram a prática, dessa vez, descrevendo melhor uma metodologia. Foi assim que o coolhunting tornou-se uma ferramenta importante no estudo de tendências e de inovação para diferentes áreas.
Acima de tudo, o cool hunter estuda e faz pesquisas. Ele utiliza diversos métodos de coleta de dados para começar a identificar os sinais cool.
O importante é que essas investigações forneçam sinais cool para a análise, que nada mais são que objetos ou comportamentos que indicam mudanças no inconsciente coletivo.
Os sinais podem estar em produtos, comportamento de compras, novos locais na cidade que de repente entram no hype, hábitos, entre outras possibilidades. Por esse motivo, é preciso ter um olhar sempre muito atento. Algo “cool” pode estar em qualquer lugar.
Depois de coletar os sinais, o cool hunter precisa interpretá-los e encontrar padrões entre eles, e partir deles inovar.
O cool hunter não é o profissional que dita a modinha.
Ele identifica o que é importante para as pessoas num determinado momento e partir daí analisa quais serão as necessidades no futuro próximo, para antecipar-se a elas. A partir dessas informações, poderá inovar criando algo à frente de todos os outros.
Ele aprende a captar necessidades que não são atendidas e repassar para que profissionais transformem em um produto ou serviço que ofereça a solução para esse problema.
O cool hunter tenta entender o que as pessoas comunicam, o que faz sentido para elas e quais as suas necessidades que o atual mercado não está atendendo.
Para ser um bom cool hunter, o profissional deve ter uma cultura geral ampla, boas noções de história, geografia e culturas, e estar sempre atualizado sobre o que está acontecendo no mundo — que inclui desde o vizinho da porta ao lado até o Japão.
Inter, multi e transdiciplinaridade também são fundamentais, para poder conectar ideias e criar algo realmente relevante.
E aí, pronto para caçar as tendências de futuro pós-pandemia e inovar?
Sobre tendências de futuro e inovação, veja também:
20 tendências de futuro pó-pandemia: https://www.negociacaojuridica.com/post/20-tend%C3%AAncias-de-futuro-p%C3%B3s-pandemia-em-2021
Obsolescência avisada: https://www.negociacaojuridica.com/post/obsolesc%C3%AAncia-avisada
Nós não nascemos criativos ou inovadores: https://www.negociacaojuridica.com/post/n%C3%B3s-n%C3%A3o-nascemos-criativos-ou-inovadores
Inovação está onde você menos espera: https://www.negociacaojuridica.com/post/inova%C3%A7%C3%A3o-est%C3%A1-onde-voc%C3%AA-menos-espera
4 tendências de futuro para adotar desde já: https://www.instagram.com/p/CPysAl5jQdP/?utm_source=ig_web_copy_link
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