COMO NÃO FICAR PARA TRÁS
- Rochelle Jelinek
- 21 de jun. de 2021
- 3 min de leitura
Atualizado: 28 de mar. de 2022

A transformação digital imprimiu um novo estilo de se informar e adquirir conhecimento. Dinâmico e fluido, o novo aprendizado não está nas escolas, nos bancos das faculdades ou nos centros de ensino formal.
Rastreá-lo nesse mundo veloz exige uma sede inesgotável pelo conhecimento e uma disposição febril pela autoaprendizagem contínua, conhecida como lifelong learning. Não é apenas sobre ser autodidata, mas sobre saber buscar os caminhos certos para o conhecimento customizado e atualizado.
O mundo e o mercado precisam de pessoas que, incansáveis pelo conhecimento, não vão medir esforços para levar serviços e negócios a um novo patamar com um novo olhar. Para isso, é preciso aprender por novas formas.
Nas palavras do futurista Alvim Toffler, “o analfabeto do século 21 não será aquele que não consegue ler e escrever, mas aquele que não consegue desaprender e reaprender” para manter-se atualizado.
As mudanças impostas pela tecnologia são apenas um pretexto para novas configurações de ecossistemas profissionais. Quem está comandando a verdadeira revolução que estamos vivendo é a consciência de que o conhecimento precisa ser cíclico, autodidata e constante. Já se foi o tempo em que bastavam diplomas e certificados: eles também ficam desatualizados rapidamente.
Temos três fontes de informação: conteúdo, pessoas e experiências. Conteúdo vem de aulas, cursos, treinamentos, jornais, revistas, livros, internet. Outra fonte de informação são as redes de contatos de pessoas de diferentes áreas. E experiências conferem aprendizados e habilidades.
Cada vez mais passa a ser valorizado um conhecimento que abarca essas três diferentes fontes. Contatos com pessoas fora do silo, cursos in company, tutoriais em vídeos, cursos curtos, grupos de estudo, mentorias, grupos de mastermind, e outras ferramentas demonstram o potencial da informação mais atualizada em menor tempo, para acompanhar demandas profissionais cada vez mais regidas por prazos curtos e ambientes mercadológicos ambíguos e que se renovam constantemente.
Muito se fala nas habilidades técnicas que a transformação digital pede, mas as competências que vão valer ouro não estão apenas na programação de dados e domínio da tecnologia. É necessário o desenvolvimento de um pensamento analítico e sistêmico, capaz de lidar com informações multidisciplinares e desafios complexos. Agilidade para o aprendizado, inteligência emocional, colaboração e persuasão para atuar em negociações são algumas das habilidades que não aprendemos na faculdade. É necessário desenvolver um faro em busca de formações e curadoria de informações que conversam com as carências do mercado, e ao mesmo tempo preparam para desenvolver uma bagagem comportamental estratégica para uma realidade cada vez mais complexa.
A vantagem do aprendizado contínuo é que cada uma corre atrás de competências que fazem sentido para a sua jornada. Ou seja, é preciso saber quais são as informações que vão responder, a curto e médio prazo, às necessidades profissionais e pessoais, o que implica desenvolver uma curadoria de aprendizado que não dá espaço para aquelas aulas que tivemos na escola e na faculdade e que, até hoje, não fazem sentido para a nossa experiência, enquanto faltam outras tantas que precisamos. Nesse contexto, o ensino não-formal terá lugar como forma de aprendizado customizado à realidade do universo de cada pessoa, auxiliando a descobrir o que realmente importa para as experiências e jornadas.
Essa forma de aprendizado ajuda a encontrar um propósito que vai causar mais impacto na sociedade. Com o autoaprendizagem contínua, cada um é instigado a ampliar sua visão de mundo ao se ver obrigado a adquirir uma bagagem que não conquistou nas salas de aula tradicionais. Diante de tantos questionamentos, sobrará a vontade de estar sempre ligado a trabalhos que, ao mesmo tempo em que estão alinhados às mudanças da sociedade, também promovem um impacto positivo e relevante para o futuro.
Ágeis, curiosos, criativos e, acima de tudo, fazedores. Profissionais que investem em autoaprendizagem contínua têm uma alma intraempreendedora, o que pode fazer toda a diferença no futuro. Além de absorver com facilidade core skills e soft skills tão demandadas pelo mercado, quem está atento às mudanças não terá medo de implementar novos processos, novas ideias, e um novo futuro.
O lifelong learning, mais do que uma nova forma de aprendizado, é uma nova forma de ser, mais conectada com o novo mundo.
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