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NECESSÁRIA METAMORFOSE AMBULANTE

  • Foto do escritor: Rochelle Jelinek
    Rochelle Jelinek
  • 25 de nov. de 2020
  • 4 min de leitura

Atualizado: 3 de mar. de 2021


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Há poucos tempo escrevi sobre o mundo VUCA, ao me referir sobre as rápidas mudanças no mundo a necessidade de se adaptar a elas - e achei que estava muito moderna.

E aí descobri que essa sigla – que surgiu no meio militar quando usávamos máquinas de escrever, não existia cartão de crédito e nem telefones celulares, não existia internet e computador era um artigo futurista - mas que só passou a ser usada no Brasil há pouco tempo – já tem outro substituto.

O mundo já mudou cem vezes desde que a tal expressão surgiu, e como adoramos as expressões importadas do mundo do tio Sam, eis o novo acrônimo que reflete o atual cenário do mundo: BANI. Do inglês: Brittle (Frágil), Anxious (Ansioso), Nonlinear (Não linear) e Incomprehensible (Incompreensível). Agora, além da velocidade das mudanças, essas outras características definem o momento.

BANI é uma lógica que determina como nossa postura pessoal deve ser daqui para frente. Além disso, há um grande sentido para que organizações incorporem essa filosofia e a internalizem desde o planejamento estratégico até seu estilo de liderança. Bem vindo ao mundo caótico, onde as condições não são simplesmente mutáveis e instáveis, elas são caóticas! Tentar controlá-las, interpretá-las ou mesmo evitá-las não é mais possível.

O grande diferencial competitivo de um profissional, agora, é saber se adaptar a tudo o que acontece. Alguns ficarão congelados esperando um benchmarking (incorporar/copiar o desempenho da concorrência); outros já sairão se mexendo sendo o próprio benchmarking que aperfeiçoa seus métodos e habilidades. Leva vantagem quem se mexe.

Você se lembra da brincadeira da dança das cadeiras? Várias pessoas corriam ao redor de cadeiras e quando a música parava sentavam-se rapidamente. Quem não conseguia pegar uma cadeira saia da brincadeira. Esse é o cenário. Parar para interpretar o que está acontecendo é VUCA, sacudir a poeira e mudar é BANI.

Ficar culpando o governo, a pandemia ou o Judiciário é VUCA. Fazer aliança com concorrentes, treinar novas habilidades e adotar mudanças – e rápido - é BANI.

Só seguir as regrinhas dos gurus de auto-ajuda e marketing jurídico é VUCA. Criar sua própria filosofia, seu próprio posicionamento, seu próprio formato, suas próprias habilidades, sua própria mudança, é BANI.

A referência é você, não os outros. Não há receita de bolo para crescer na carreira, fazer sucesso, ou se dar bem na vida. Os estereótipos foram resetados. Vivemos o grande reset. Quem se diferencia dá o salto.

Voltando à sigla BANI: Brittle (Frágil): Assuma que o mundo é frágil – eu, você, nós, sua empresa, seu emprego, e o mercado. Amanhã virá um novo vírus, um ataque hacker, um incêndio, um avião batendo em uma torre, o anúncio de uma nova tecnologia que vai fazer tudo que humanos fazem, ou qualquer coisa que te lembre que não há segurança alguma no seu modus vivendi. Tudo pode mudar de uma hora para outra. Portanto, ter plano A,B e C e habilidades para se adaptar a mudanças é questão de sobrevivência.

Se mudar a música (e ela vai mudar), aprenda a dançar outro ritmo – não dá para ficar dançando ao estilo Dancing Days e John Travolta.

Anxious (Ansioso): As suas decisões precisam ser mais rápidas, a ponto de você ser taxado(a) de ansioso(a). Faça agora, corra agora, busque agora. Com a mudança recorrente e instantânea no mercado a famosa frase protelatória: “Vou dar uma pensada nisso”, não terá mais condições de existir. Decida com o que tem. Pois é, o tempo joga contra. A mágica hoje é errar rápido, corrigir rápido e repetir a operação.

Nonlinear (Não linear). Fomos moldados de maneira a pensar de forma serial, cartesiana. Adoramos receitas de bolo, manual de instruções, bullet points, ritos prontos. Não é possível atuar de maneira estruturada em um mundo desestruturado. Temos que começar mil coisas ao mesmo tempo, desistir de algumas, parar outras, incluir outras. A metamorfose é ambulante. Ganhará a notoriedade quem se adaptar mais rápido, quem inovar mais rápido.

Incomprehensible (Incompreensível). Vivemos um momento onde tentamos procurar lógica para tudo. Ter acesso a dados não é garantia de vantagem competitiva. Milhões de empresas tem acesso a dados de cliente. Pesquisas de mercado já não são mais garantia para entender o que o consumidor pensa, age ou deseja. Simplesmente porque mudamos de ideia o tempo todo. Não existe mais certeza e ao mesmo tempo é difícil explicar os porquês diante de tantas variáveis incontroláveis. O risco passa a ser presente em todas as decisões.

Cada vez mais as habilidades do futuro – as soft skills – serão necessárias para conseguirmos nos adaptar a esse cenário.

Sua empresa, seu escritório, sua instituição vai investir em um sistema novo, um aplicativo novo, e quando você aprender a lidar com ele, e um garotinho de 17 anos no sul da Ucrânia ou no Vale do Silício vai programar algo muito melhor em apenas uma madrugada, se divertindo, e você, seu negócio, sua organização já estarão desatualizados. Não vivemos só uma revolução tecnológica: vivemos uma revolução antropológica, do ser humano em todas as suas dimensões, capacidades, habilidades. O ser humano terá que aperfeiçoar soft skills para ser BANI. Mas muitas empresas, instituições, organizações continuarão sendo VUCA.


E que habilidades são essas que podem nos permitir adaptação ao mundo BANI? Criatividade, pensamento crítico, colaboratividade, flexibilidade cognitiva, orientação para servir, inteligência emocional, gestão de pessoas, negociação, tomada de decisão e resolução de problemas complexos – inclusive o problema da velocidade da mudança.[1]

Quão pronto você está para um mundo BANI?


[1] Quer se unir a um grupo de mastermind para crescer junto no desenvolvimento de soft skills? Vou deixar aqui o link se quiser fazer parte do nosso grupo: https://www.negociacaojuridica.com/softskills


 
 
 

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