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POR QUE OS GENERALISTAS VENCEM NUM MUNDO DE ESPECIALISTAS

  • Foto do escritor: Rochelle Jelinek
    Rochelle Jelinek
  • 15 de abr. de 2021
  • 3 min de leitura

Atualizado: 16 de abr. de 2021



Muitos de nós fomos ensinados de que um conhecimento técnico profundo em uma área levará a uma maior credibilidade, a um rápido avanço no trabalho e a uma escalada de renda. A alternativa de ter uma mente aberta geralmente é descartada, sem realmente agregar valor.

Mas o futuro pode ser muito diferente: a amplitude de perspectiva e a capacidade de conectar pontos (o domínio dos generalistas multi e transdisciplinares) serão tão ou mais importantes que a profundidade de conhecimento (o domínio dos especialistas).

O rápido avanço da tecnologia, combinado com o aumento da incerteza, está tornando a lógica de carreira mais importante do passado contraproducente no futuro. O mundo, para ser franco, mudou, mas nossa filosofia em torno do desenvolvimento de habilidades não.

A complexidade dinâmica de hoje exige uma capacidade de prosperar em situações ambíguas e mal definidas, um contexto que gera ansiedade para a maioria.

Alguns dos dogmas que caracterizaram o mundo profissional nos últimos anos: competência centralizada, especialização profunda, conhecimento formal certificado por títulos. Muitos de nós podemos lembrar que a chave para o sucesso era desenvolver uma especialização que permitisse galgar a escada profissional.

Não bastava ser advogado, era preciso se especializar, talvez em Direito do Trabalho. Mas não bastava ser trabalhista, era preciso se especializar ainda mais, talvez como trabalhista empresarial. E não era apenas isso, talvez especialista em compliance trabalhista empresarial. Foi assim também na Medicina, na Engenharia, na Tecnologia.

A mensagem era clara: concentre-se no desenvolvimento de uma expertise e você subirá na hierarquia e ganhará mais dinheiro. A abordagem funcionou. Muitos dos líderes de hoje ascenderam por especialização.

Funcionou por um tempo. O mundo mudou.

O desempenho passado não é garantia de resultados futuros. É hora de repensar profundamente nossos dogmas. O pêndulo entre a profundidade e a horizontalidade oscilou.

O futuro agora pertence aos generalistas. Generalistas não no sentido de faz de tudo um pouco e sabe nada de muita coisa.

Isso não quer dizer que conhecimentos profundos sejam inúteis. Pelo contrário. Acontece que nosso mundo está mudando tão rapidamente que aqueles que possuem mais ferramentas navegarão melhor na incerteza. Para fazer isso no mundo de hoje, é importante ser ágil, flexível e criativo.

Mas o que significa ser um generalista no mundo de hoje, afinal? Para começar, é importante diminuir o zoom e prestar mais atenção ao contexto.

Leia todo o jornal, não apenas a seção sobre o seu setor, ou a coluna de esportes ou a coluna de moda. Por que não ler um livro sobre neurociência? administração? recursos humanos? design? Pense maior e mais amplo do que tradicionalmente pensava.

Outra estratégia é pensar sobre como desenvolvimentos aparentemente não relacionados podem impactar uns aos outros, algo que o pensamento sistêmico faz naturalmente. Estude as interconexões entre as áreas e imagine como as mudanças em um domínio podem influenciar em outro.

Como os generalistas têm um conjunto de ferramentas, eles são capazes de ajustar dinamicamente seu curso de ação conforme a situação evolui. Pense em como o mundo mudou rapidamente com o desenvolvimento da Internet e das tecnologias de dados sem fio. Jeff Bezos não era um especialista em varejo, mas com o surgimento da tecnologia enfrentou seus concorrentes e venceu com a Amazon. Ele era relativamente novo no varejo, mas foi capaz de se adaptar rapidamente para aproveitar uma oportunidade gigantesca.

O mercado hoje anseia por experiência multidisciplinar. Os principais líderes de grandes empresas apostam em solucionadores de problemas que possuem uma “habilidade cognitiva e comportamental geral” em detrimento do conhecimento especializado relacionado a uma função. Se uma pessoa é contratada por uma grande empresa porque especialista em uma área, em havendo mudanças, não será adaptável a outra.

A dica é buscar obter uma diversidade de experiências funcionais e multidisciplinares. Quem desenvolver capacidades analíticas diferentes nesse processo se sairá melhor do que aqueles que estão mais focados em uma só área.

A única certeza sobre o futuro é que ele será incerto. O rápido avanço da inteligência artificial e da inovação tecnológica transformou a informação em mercadoria. O foco em uma só área está perdendo valor. A principal habilidade do futuro não é exatamente uma habilidade; é uma abordagem, uma filosofia, uma maneira de pensar mais ampla e com várias perspectivas. O mindset de crescimento é flexível, amplo, criativo, adaptável e vê mais longe. Como o título do livro que deu origem às ideias deste texto: range.


Referência: Por que os generalistas vencem em um mundo de especialistas (David Epstein)

 
 
 

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